quinta-feira, 6 de maio de 2010


Swell Old is Cool 2010


Nestes primeiros dias de maio a neblina tem fechado o aeroporto de Porto Alegre para pousos e decolagens pela manhã. Muitos dos skatistas que foram correr o Swell Old Is Cool, ficaram agoniados com a demora para chegar e depois voltar para casa. Principalmente para chegar, pois a fissura de andar no Swell Skate Camp, no último fim de semana atingiu picos de ansiedade máxima.

O aguardado evento das gerações mais antigas do skate brasileiro, foi mais uma vez o melhor exemplo de confraternização. Encontraram-se em Viamão, Rio Grande do Sul, algumas das cabeças mais representativas do estilo de vida das últimas quatro décadas. De Cesinha Chaves a Leo Kakinho, de Jorge Kuge a Henrique Banana. Os locais Tomás Tomate, Álvaro Fázio, Renatão, Fernando Tesch; os catarinenses Mauricio Boff, Fernando Gomes e uma trupe de argentinos sedentos por fazer o eixo gritar no coping block. Como nos anos anteriores, emoção à flor da pele do início ao fim.

A vibração positiva dominou as sessions e as baterias de competição. Além das quatro categorias envolvidas, alguns profissionais e amadores conhecidos ampliaram o barulho nos intervalos e principalmente nas horas dos shows com as bandas convidadas. Pedrinho Barros, Allan Mesquita, Gugu Ramos, Vitor Simão, o chileno Spiro Raziz, Gustavo Caverna entre os pros; Murilinho Peres, Vinicius Kakinho e os locais Gabriel Granja e Dênis Reba (de Novo Hamburgo), mais os irmãos Sachs, Caíque e Marquinho, de Floripa, entre os amadores. Sessions muito nervosas, no bom sentido.

O new.Love bowl virou novamente o palco principal da festa, mas o antigo snake run foi dominado principalmente pelas crianças e o novo banX, como foi batizada a nova e alucinante área concretada do sítio, utilizada sem folga por todos. Churrasco, boa trilha sonora, sol e clima agradáveis, famílias, boas refeições na casa dos caseiros, completavam a moldura do Old is Cool deste ano.

Divisão master
Affonso Muggiati defendeu o título desde a eliminatória, não sem sentir uma pressão do bom rolê do argentino Frederico. Affonso está afinado por andar direto no bowl RTMF (Rio Tavares, Floripa!), e rodou o bowl distribuindo boas manobras de borda e uns f/s ollies tailgrab animais. Num dos treinos ele assustou a galera ao cair de um fifty to fakie bem sem jeito. O argentino fluiu muito bem na final, fazendo belos transfers da parte rasa para a parte alta.

Grand master
Dacio Toco liderou com boa folga a eliminatória, com as linhas mais completas da categoria. Seus transfers do raso para o fundo, longos rockslides, costurados com smiths de back e frontside, ollies e muito estilo marcaram as sessions. Na final, Leo Kakinho puxou suas bases de Guaratinguetá e do RTMF para impactar e levar o evento. Entre clássicas como seu layback rollout e f/s boardslides, ele se transferiu do raso pro fundo de b/s air e um belo rockslide passando pela curva. Mauricio Boff conhece bem a Swell e foi o campeão da versão 2009. Na final ele mandou alguns aerials e inverts da manga, além de seus poderosos grinds. Apesar da constância absurda, Dacio Toco finalizou em quarto. 

Legend
Foram apenas sete competidores entre os 40 e 44 anos. Todos puderam andar as eliminatórias do sábado e as finais no domingo. A ordem da classificação mudou bem na final. James Bigo, segundo na eliminatória, não repetiu suas performances e foi passado por Alessandro Micuim e Jorge Zunga. O primeiro lugar estava reservado para o Tomás Guedes, o Tomate, em seu primeiro ano como legend. Com suas tricks doidas, talvez tenha sido o mais aplaudido de todo o fim de semana. One foot air to fakie, invert disaster reverse, switch f/s rockslide e outras encrencas para confundir. Como diziam o Renatão e o Juarez, Tomate sofre de DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção): “Quando chega na parede é que ele vai escolher que manobra vai fazer”, algo assim. 

Grand Legend
Este ano a categoria ganhou reforços. Foram 15 competidores, a maioria das primeiras gerações do skate brasileiro e argentino. Antes de iniciar a final, o locutor Paulinho Rude, chamava a atenção para os personagens que ali estavam. Este ano, além de Cesinha Chaves, o mais antigo, encararam a brincadeira pela primeira vez, nomes como o Eduardo Yndyo, de Guará, e o Jorge Kuge, da Urgh. O gaúcho Álvaro Fazio, que em 2009 optou por não correr, era o mais cotado entre os locais. Tenho que falar em primeira pessoa para dizer que passei em primeiro na eliminatória, mas a história mudou na final. O mestre Come Rato subiu de produção e fez linhas mais consistentes, com seus carvings e fifties, laybacks e alguns mute airs. Primeirão! Fazio, veio logo depois por aplicar algumas boas manobras, como um 360 rock’n’roll. Foi surpreendente ver as boas voltas do Kuge e o Cesinha Chaves encaixando grinds, rock’n’rolls e tailblocks em suas linhas. Não posso deixar de mencionar que o Juarez Mascarello mais uma vez bancou a viagem do Come Rato para o evento, com ajuda do Lucas Teixeira. 

Passando a régua
A contabilidade do evento foi totalmente positiva. A enorme dose de bons sentimentos que o skate produz, pode ser resumida numa frase que ouvi do Eduardo da Drop Dead: “Nunca imaginei que fosse viver isso tudo com minha família”. No balanço final podemos acrescentar os ótimos shows das bandas Yesomar, Walverdes, Tripolares e Volume 4. No lado negativo, a segunda fratura em nove meses do Marcos Kabeça, de Floripa, e do Markinho, da mesma terra… Mas, logo eles estarão de volta… Torçam por eles! 









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